Sei que estive longe, mas me dediquei muito ao estudo nesse tempo, agora estou estudando no GPI, e não tenho tempo para respirar nos dias de semana, nos finais de semana só penso em namorar! rs E foi exatamento o GPI, que me fez resurgir, como dever de casa, eu tinha que fazer uma redação baseada na música "É isso aí" da Ana Carolina, pois eu fiz e quando eu tive que ler na frente de 39 pessoas, nada mais e nada menos que eu ouvi no final, o som dos aplausos. Que satisfação ! Aquilo reacendeu a inspiração dentro de mim. Pois aqui, venho publicar a minha redação ( que por sinal, extrapolou o limite de linhas, acho que foi a emoção de voltar a escrever). O texto parece longo, mas eu juro que é gostoso de ler. (PS: Eu me baseei na história do filme "Closer" isso é obvio, mas pra quem entendeu o filme, sabe que minha redação passa até longe do enredo, antes que falem que eu copiei -de novo.)
A vida é isso.
Alice é uma mulher que arriscava tudo que podia, trabalhava e se achava auto-suficiente e tão dona do próprio destino, que se sentia no direito de escolher seus próprios amores, podia-se dizer que Alice era uma filha do vento, pois pra onde ela queria ir, ela ia, sem saber a direção, apenas ao. Não esperava nada de ninguém devido ao seu grande currículo de relacionamentos conturbados, sempre achou que caminhos que envolvem paixão precisavam ser turbulentos, romances sem intrigas para ela, não era amor. Apesar das inúmeras decepções, acreditava ainda em encontrar o tal príncipe. Daniel era completamente o oposto, gostava de que cada passo seu fosse milimétricamente planejado, nunca – eu disse nunca, tomou qualquer decisão sem pensar no efeito que poderia causar. Vivia uma vida simples e boa, seus relacionamentos sempre foram tipicamente de filme água-com-açúcar americano, nada nunca dava errado e quando dava era por excesso de perfeição.
Há quem acredite que relacionamentos são castigos de Deus e há quem acredite que sejam epifanias do destino. Alice e Daniel não tinham uma opinião fixa sobre tal assunto. Viviam praticamente no mesmo bairro, estavam sempre visitando os mesmos lugares e nunca sequer cruzaram olhares. Até o dia em que Alice esbarrou em Daniel numa fila de banco, Daniel sempre muito gentil ajudou, e naquele momento, o destino de ambos estava sendo traçadp, era naquele exato momento em que se construía uma estória de amor. Eles se apresentaram e Alice sempre muito oportunista e otimista prosseguiu tentando criar qualquer vínculo. A partir daquele dia eles começaram a se encontrar, compartilhar momentos, dividir estórias, se tornaram cúmplices e quem sabe, namorados. Eles não se rotulavam mas, para sociedade era exatamente aquilo que eles eram. Afinal, eles sequer desviavam seus olhares, era de uma cumplicidade surpreendente.
O tempo fez com que Daniel visse os defeitos de Alice mas, não ousaria dizer a verdade, afinal para ele, toda relação quase falida tinha uma solução, e tal tempo fez com que Alice também percebesse que a sua linha de emoção estava em movimento constante, reta e tênue. Alice gostava de emoções inconstantes e aquela contínua perfeição, estava deixando-a entediada.
Numa tarde de domingo, tempo chuvoso, com as malas prontas para a viagem, Daniel jamais esquecerá. Naquele dia ele viu todos os seus planos sendo desmoronados em fração de segundos. Alice estava deitada na cama e disse:
- Dan chega. Acabou. Não dá mais para continuar fingindo que está tudo bem. Não me pergunte o por quê.
Daniel exigiu explicações, estava inconformado, queria a verdade. Mas Alice se recusou a falar além disso.
Hoje pode-se dizer que cada um vive sua vida, Alice mudou de cidade, mas Daniel jamais esquecerá dela, a mulher que tinha sido a única a desalinhar seus limites, por isso fora tão importante.
E assim segue a vida, como todos um dia, acharam que seria, pessoas vem e vão deixando lembranças que podem estar perdidas dentro de si mas, nunca deixarão de existir. A vida continua, os passos são sempre contínuos e todos passam por momentos ruins para ver que existem coisas boas. E não, não dá para escolher os amores, eles acontecem tão naturalmente quanto o pôr-do-Sol existe para que possamos reparar na beleza da Lua.
Beatriz Grebeth.