domingo, junho 06, 2010


É o grande amor imperfeito que nos faz evoluir.

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E de repente, ela se viu sentada em frente ao mar, pensando em como tinha chegado a tal ponto.
Mesmo com toda a sua experiência e razão, ela sentiu-se uma adolescente naquele momento, era como se tivesse voltado no tempo. Limpou as lágrimas, acendeu um cigarro e pensou: sempre acho que não, mas vou passar por tudo isso novamente, amanhã talvez. Ela sabia que o que ela estava sentindo poderia não ser novidade, mas era recente. E doía.
Sempre tão independente, tão certa de suas ações e quando viu, estava ali, precisando de colo, conselhos e carinho. E naquele momento ela só queria que alguém chegasse e falasse: deita aqui, não fala nada se não quiser, tudo passa, pode demorar, mas passa. E tudo o que ela queria era isso, colo, conselhos e que passasse. E ali, naquele mesmo lugar, ela foi tentar rever o que aconteceu e que fez tudo sair dos trilhos. Ela se deu conta de que cada dia que passava, ela ia se adestrando a ele, deixando tudo o que ela pensava em segundo plano, como se não tivesse importancia nenhuma e ela foi se tornando um "eco" dele, do que ele pensava, por mero medo de perder. Ela foi esquecendo quem ela era, o que ela defendia e o porquê. Estava tão feliz sendo amada, que não conseguia enxergar os erros que foi cometendo com ela mesma.
Quando o amor foi dando lugar para outros sentimentos, ela se viu perdida, pois não sabia mais quem era e se gostava daquilo que tinha se tornado. Sentada ali mesmo, fez uma reciclagem, tudo aquilo que era novo e não era útil ela foi jogando fora, o que era de algum proveito um dia, ela manteve, afinal, cada experiencia traz algum benefício.
Aquela hora o cigarro já tinha acabado, e ela já teria acendido no minimo mais dois e ela foi andando pela beira do mar e sentindo aquela água gelada batendo
nos seus pés, ainda nao tinha se conformado em como deixou de ser ela em tão pouco tempo, passou a vida se construindo e se ela olhasse no espelho não se reconheceria, tinha se tornado algo que a deixava enojada, submissa ao amor. Aquilo era um afronto a personalidade dela, sempre tão cheia de razão e de si.
Saiu de lá no final de tarde e com uma única conclusão de tudo o que ela pensou: Não quero me apegar, a perda é insuportável.

2 leitores:

Anônimo disse...

*------* adorei!

Deyse Sales disse...

tô seguindo também *-*